TEMA
A liturgia do 21º Domingo do Tempo Comum fala-nos de opções. Recorda-nos que a nossa existência pode ser gasta a perseguir valores efémeros e estéreis, ou a apostar nesses valores eternos que nos conduzem à vida definitiva, à realização plena. Cada homem e cada mulher têm, dia a dia, de fazer a sua escolha.
Na primeira leitura, Josué convida as tribos de Israel reunidas em Siquém a escolherem entre "servir o Senhor" e servir outros deuses. O Povo escolhe claramente "servir o Senhor", pois viu, na história recente da libertação do Egipto e da caminhada pelo deserto, como só Jahwéh pode proporcionar ao seu Povo a vida, a liberdade, o bem estar e a paz.
O Evangelho coloca diante dos nossos olhos dois grupos de discípulos, com opções diversas diante da proposta de Jesus. Um dos grupos, prisioneiro da lógica do mundo, tem como prioridade os bens materiais, o poder, a ambição e a glória; por isso, recusa a proposta de Jesus. Outro grupo, aberto à acção de Deus e do Espírito, está disponível para seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida; os membros deste grupo sabem que só Jesus tem palavras de vida eterna. É este último grupo que é proposto como modelo aos crentes de todos os tempos.
Na segunda leitura, Paulo diz aos cristãos de Éfeso que a opção por Cristo tem consequências também ao nível da relação familiar. Para o seguidor de Jesus, o espaço da relação familiar tem de ser o lugar onde se manifestam os valores de Jesus, os valores do Reino. Com a sua partilha de amor, com a sua união, com a sua comunhão de vida, o casal cristão é chamado a ser sinal e reflexo da união de Cristo com a sua Igreja. (https://www.dehonianos.org/)
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 85, 1-3
Inclinai o vosso ouvido e atendei-me, Senhor,
salvai o vosso servo, que em vós confia.
Tende compaixão de mim, Senhor,
que a Vós clamo o dia inteiro.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor Deus,
que unis os corações dos fiéis num único desejo,
fazei que o vosso povo ame o que mandais
e espere o que prometeis,
para que, no meio da instabilidade deste mundo,
fixemos os nossos corações
onde se encontram as verdadeiras alegrias.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Jos 24, 1-2a.15-17.18b
«Queremos servir o Senhor, porque Ele é o nosso Deus»
Depois de entrar na Terra Prometida e antes da solene renovação da Aliança em Siquém, o povo de Deus, composto de gente vinda de várias tribos e que encontra a Terra Prometida cheia de cultos aos deuses dos pagãos, é convidado a fazer uma solene profissão de fé no Senhor, o único Deus capaz de salvar, tal como Pedro irá fazer, na terceira leitura, depois do discurso de Jesus sobre o Pão da vida.
Leitura do Livro de Josué
Naqueles dias, Josué reuniu todas as tribos de Israel em Siquém. Convocou os anciãos de Israel, os chefes, os juízes e os magistrados, que se apresentaram diante de Deus. Josué disse então a todo o povo: «Se não vos agrada servir o Senhor, escolhei hoje a quem quereis servir: se os deuses que os vossos pais serviram no outro lado do rio, se os deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha família serviremos o Senhor». Mas o povo respondeu: «Longe de nós abandonar o Senhor para servir outros deuses; porque o Senhor é o nosso Deus, que nos fez sair, a nós e a nossos pais, da terra do Egipto, da casa da escravidão. Foi Ele que, diante dos nossos olhos, realizou tão grandes prodígios e nos protegeu durante o caminho que percorremos entre os povos por onde passámos. Também nós queremos servir o Senhor, porque Ele é o nosso Deus».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 33 (34), 2-3.16-17.18-19.20-21.22-23 (R. 9a)
Refrão: Saboreai e vede como o Senhor é bom. Repete-se
A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes. Refrão
Os olhos do Senhor estão voltados para os justos
e os ouvidos atentos aos seus rogos.
A face do Senhor volta-se contra os que fazem o mal,
para apagar da terra a sua memória. Refrão
Os justos clamaram e o Senhor os ouviu,
livrou-os de todas as suas angústias.
O Senhor está perto dos que têm o coração atribulado
e salva os de ânimo abatido. Refrão
Muitas são as tribulações do justo,
mas de todas elas o livra o Senhor.
Guarda todos os seus ossos,
nem um só será quebrado. Refrão
A maldade leva o ímpio à morte,
os inimigos do justo serão castigados.
O Senhor defende a vida dos seus servos,
não serão castigados os que n’Ele se refugiam. Refrão
LEITURA II Ef 5, 21-32
«É grande este mistério, em relação a Cristo e à Igreja»
O matrimónio cristão não modifica os quadros humanos em que ele é celebrado, mas reveste-os de uma significação nova. Nesta passagem, a união do homem e da mulher no matrimónio é apresentada como imagem do mistério da união de Cristo e da Igreja: Cristo amou a Igreja, deu a vida por ela, purificou-a no seu Sangue. Assim, neste amor de Cristo pelo seu povo terão também os esposos o modelo do amor com que hão-de amar-se um ao outro e constituir a sua família.
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios
Irmãos: Sede submissos uns aos outros no temor de Cristo. As mulheres submetam-se aos maridos como ao Senhor, porque o marido é a cabeça da mulher, como Cristo é a cabeça da Igreja, seu Corpo, do qual é o Salvador. Ora, como a Igreja se submete a Cristo, assim também as mulheres se devem submeter em tudo aos maridos. Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela. Ele quis santificá-la, purificando-a no baptismo da água pela palavra da vida, para a apresentar a Si mesmo como Igreja cheia de glória, sem mancha nem ruga, nem coisa alguma semelhante, mas santa e imaculada. Assim devem os maridos amar as suas mulheres, como os seus corpos. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo. Ninguém, de facto, odiou jamais o seu corpo, antes o alimenta e lhe presta cuidados, como Cristo à Igreja; porque nós somos membros do seu Corpo. Por isso, o homem deixará pai e mãe, para se unir à sua mulher, e serão dois numa só carne. É grande este mistério, digo-o em relação a Cristo e à Igreja.
Palavra do Senhor.
ALELUIA cf. Jo 6, 63c.68c
Refrão: Aleluia. Repete-se
As vossas palavras, Senhor, são espírito e vida:
Vós tendes palavras de vida eterna. Refrão
EVANGELHO Jo 6, 60-69
«Para quem iremos, Senhor?
Tu tens palavras de vida eterna»
O discurso de Jesus sobre o Pão da Vida desiludiu muitos discípulos, que, por isso, se afastaram. Jesus tenta explicar o sentido espiritual das suas palavras, que, sem deixarem de dizer o que querem dizer, vão mais além do que aquilo que à primeira vista parecem dizer. Essas palavras são espírito e vida. São palavras que levam à fé. E é esta fé que S. Pedro acaba por professar. Assim, o discurso sobre o Pão da vida termina, como sempre as narrações de S. João, com um solene acto de fé.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, muitos discípulos, ao ouvirem Jesus, disseram: «Estas palavras são duras. Quem pode escutá-las?». Jesus, conhecendo interiormente que os discípulos murmuravam por causa disso, perguntou-lhes: «Isto escandaliza-vos? E se virdes o Filho do homem subir para onde estava anteriormente? O espírito é que dá vida, a carne não serve de nada. As palavras que Eu vos disse são espírito e vida. Mas, entre vós, há alguns que não acreditam». Na verdade, Jesus bem sabia, desde o início, quais eram os que não acreditavam e quem era aquele que O havia de entregar. E acrescentou: «Por isso é que vos disse: Ninguém pode vir a Mim, se não lhe for concedido por meu Pai». A partir de então, muitos dos discípulos afastaram-se e já não andavam com Ele. Jesus disse aos Doze: «Também vós quereis ir embora?». Respondeu-Lhe Simão Pedro: «Para quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós acreditamos e sabemos que Tu és o Santo de Deus».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO DOS FIÉIS
Irmãos e irmãs:
Oremos ao Senhor, fonte de vida,
que protege e livra das angústias os que n’Ele confiam,
e apresentemos-Lhe as necessidades de todos os homens,
dizendo (ou: cantando), cheios de confiança:
R. Atendei, Senhor, a nossa prece.
Ou: Não nos abandoneis, Senhor.
Ou: Pela vossa misericórdia, ouvi-nos, Senhor.
1. Pelo Papa N., sinal visível da unidade na Igreja,
para que proclame, diante de todos os homens,
as palavras de vida eterna de Jesus,
oremos.
2. Pelos governantes de todos os povos e nações,
para que a sua sabedoria e honestidade
fortaleçam a justiça e a concórdia na sociedade civil,
oremos.
3. Pelos que procuram a verdade que os pode salvar,
para que, em Cristo e no seu Evangelho,
possam descobrir a resposta às suas inquietações,
oremos.
4. Por todos os nossos parentes e amigos,
para que tenham saúde do corpo e da alma
e vivam sempre segundo a vontade de Deus,
oremos.
5. Por todos os casais da nossa comunidade (paroquial),
para que as esposas sejam o encanto dos seus lares
e os maridos as amem como Cristo amou a Igreja,
oremos.
Senhor, nosso Deus,
fonte e origem de todos os bens,
não permitais que nos escandalizemos
com as palavras sinceras do vosso Filho
nem nos envergonhemos de sermos seus discípulos.
Ele que vive e reina por todos os séculos dos séculos.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor, que pelo único sacrifício da cruz,
formastes para Vós um povo de adopção filial,
concedei à vossa Igreja o dom da unidade e da paz.
Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 103, 13-15
Encheis a terra, Senhor, com o fruto das vossas obras.
Da terra fazeis brotar o pão e o vinho que alegra
o coração do homem.
Ou Jo 6, 55
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue
tem a vida eterna, diz o Senhor,
e Eu o ressuscitarei no último dia.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Realizai plenamente em nós, Senhor,
a acção redentora da vossa misericórdia
e fazei-nos tão generosos e fortes
que possamos agradar-Vos em toda a nossa vida.
Por Nosso Senhor.